Iansã
- Descrição
- Temas
Orixá feminino que tem sob seu domínio os ventos e as tempestades. Também mencionada como Oiá, é personificada como uma divindade altiva, guerreira, valente e ousada, tendo ligações amorosas, segundo sua mitologia, com os orixás Ogum e Xangô - associando-se, como este, ao controle do fogo.
Na África, é a divindade tutelar do rio Níger, chamado Odo Oiá, expressão que no Brasil se tornou uma das formas de saudá-la. No candomblé, Iansã é saudada também com a expressão Epá Hey, e ela dança com uma coroa de pérolas que lhe cobre o rosto, como aquelas utilizadas pelos reis iorubás (adê).
Segundo Pierre Verger, o nome Iansã tem origem no iorubá Ìyámésàn (“a mãe transformada em nove”), nome que, segundo um mito, Oiá recebeu depois que, numa luta, esquartejou Ogum em sete partes e foi esquartejada em nove por ele. Segundo outras fontes, a origem do nome é a locução Iyá mésàn òrun, “senhora dos nove espaços do Orum”, o céu dos iorubás.
Oiá-Iansã foi a única das mulheres de Xangô que, ao final de seu reinado em Oió, seguiu-o em sua fuga para o território do povo Tapa ou Nupe[1]. Conforme a tradição, é o único orixá a quem os eguns efetivamente respeitam e obedecem.
[1] VERGER, Pierre. Orixás [Op.cit.?] p. 168-70.