Última atualizacão: 19.04.2023
Guerra dos Palmares
Ano 1605
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A Guerra dos Palmares (1605-1694) é o mais longo dos conflitos portugueses para consolidar a dominação colonial e o controle do território brasileiro no século XVII. A disputa tem a participação ativa de bandeirantes, portugueses luso-brasílicos, afro-brasílicos e holandeses.
Muitos dos soldados são veteranos da pilhagem de aldeias africanas em Angola e no Congo, o que revela a dimensão sul-atlântica do confronto, que articula métodos de guerra tropical e práticas escravistas oriundas das duas margens do oceano.
O fim da guerra contra os holandeses em 1654 torna urgente para as autoridades coloniais a extinção do grande quilombo que desestabiliza os núcleos escravistas de Pernambuco e Alagoas. Na segunda metade do século XVII, Francisco Barreto de Menezes (1616-1688), governador da capitania de Pernambuco, consegue relativo êxito ao desestimular, por certo período, a formação de novos mocambos. Entre 1661-1663, o governador Francisco de Brito Freire (1625-1692) envia onze tropas, incluindo indígenas e negros, para o conflito, que provoca mais de cem prisioneiros e 1.500 mortos.
A estabilidade do quilombo e o aumento de núcleos familiares e das populações feminina e infantil são duas das vulnerabilidades de Palmares, pois inviabilizam o deslocamento entre os mocambos durante as batalhas. Em 1694, um ataque bem-sucedido capitaneado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho (1641-1705) consegue destruir Macaco, principal mocambo de Palmares, embora a resistência quilombola na região perdure até o início do século XVIII.