Última atualizacão: 19.04.2023

Clarim da Alvorada


Arte e Cultura
Calendário

Ano 1924

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Fundado em São Paulo, em 6 de janeiro de 1924, pelos jornalistas Jayme de Aguiar e José Correia Leite (1900-1989) com o nome O Clarim, o diário recebe o nome definitivo O Clarim D’Alvorada a partir da quinta edição, no mesmo ano em que é fundado. Com 58 edições veiculadas mensalmente, número considerado à época um marco da imprensa negra, a publicação se destaca pela defesa da associação, educação, integração e ascensão social dos negros.

O Clarim D’Alvorada é fundado em um momento de crescimento da imprensa negra, com a criação de outros jornais em São Paulo e demais regiões do país. Aguiar e Leite concebem originalmente um jornal com enfoque literário. Entretanto, a condução do jornal os faz travar contato mais intenso com os assuntos da vida social negra nas primeiras décadas do século XX. Essa constante reflexão inspira mudanças na linha editorial do jornal, assumindo caráter decididamente questionador da situação do negro poucos anos após a abolição a escravidão. As adaptações dos subtítulos de O Clarim D’Alvorada indicam a mudança de enfoque temático. Do primeiro, “órgão literário, científico e político”, passa-se para “órgão literário, noticioso e humorístico” e, finalmente, para “pelo interesse dos homens pretos, noticioso, literário e de combate”.

O jornal dá impulso a uma mudança mais ampla, em que a imprensa negra deixa de ser órgão apenas associativo e se torna instrumento de reivindicações políticas, que são feitas de forma mais direta em O Clarim D’Alvorada. Na visão do periódico, valorizar a educação é o melhor caminho para os negros progredirem socialmente. Os editores imprimem-lhe uma orientação nacionalista de defesa da cooperação, da educação escolar e científica dos negros em harmonia com os interesses nacionais. Esta foi a orientação predominante nos sete anos de existência de O Clarim D’Alvorada.