Última atualizacão: 19.04.2023
Centenário da Abolição
Ano 1988
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Atualização Invalid Date
O centenário da abolição da escravidão no Brasil é marcado pela contestação à história oficial de que a Lei Áurea (1888) é uma dádiva da princesa regente Isabel (1846-1921). Ativistas, pesquisadores, militantes, intelectuais e artistas negros e antirracistas tratam de mostrar, por meio de diversas linguagens e ações de protesto, a história feita por mãos negras no país.
Desde 1987, ativistas do movimento negro preparam as atividades do centenário da abolição. Em 1988, durante o mês de maio, são realizadas atividades em universidades, bibliotecas e museus, assim como em blocos de carnaval, músicas, filmes, passeatas e manifestações de rua, para promover reflexões críticas sobre o centenário da data. No Rio de Janeiro, a Marcha Contra a Farsa da Abolição ocorre em 11 de maio de 1988, na avenida Presidente Vargas, em frente ao Pantheon de Caxias. Esse protesto é reprimido pelo comando militar, que mobiliza 600 soldados, temendo que os manifestantes depredassem o busto de Caxias, símbolo do Exército Brasileiro.
O saldo das manifestações por todo o país, organizadas pelos movimentos negros, é o enfraquecimento das imagens redentoras monárquicas, como a de princesa Isabel, e o fortalecimentos dos heróis negros, como Zumbi dos Palmares. Ao invés de comemoração, há contestação. No lugar de princesa branca, heróis e heroínas negras.