Última atualizacão: 19.04.2023
Abolição no Ceará e no Amazonas
Ano 1888
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O Brasil é o último país das Américas a abolir a escravidão. A década de 1880, porém, assiste ao crescimento da “onda negra” e ao acirramento das tensões entre escravos e seus senhores, materializadas em fugas individuais e em massa, aumento das insurgências violentas nas fazendas e proliferação de sociedades abolicionistas.
Nesse contexto, as províncias do Ceará e do Amazonas entram na rota de colisão com a classe senhorial, decretando o fim da escravidão em seus territórios quatro anos antes da princesa Isabel (1846-1921) assinar a Lei Áurea (1888). No Ceará, em 1881, sob a liderança de Francisco José do Nascimento (1839-1914), o Dragão do Mar, e do liberto José Luiz Napoleão, jangadeiros no porto de Fortaleza se recusam a embarcar escravos para vendê-los em outras províncias. No Amazonas, em 1883, é a vez dos “catreiros” entrarem em greve, negando-se a transportar do cais do porto aos navios ancorados escravos que servem à demanda do tráfico interprovincial.
Movimentos de trabalhadores e clubes e sociedades abolicionistas se organizam nacionalmente para a criação de territórios livres que possam ser vistos como polos de atração para as fugas de escravos vindos de outras províncias.
O sucesso das campanhas no Ceará e no Amazonas está ancorado na diminuta população escrava que possuem e em um poder executivo que abraça a causa. Em outras províncias, contudo, escravos e abolicionistas enfrentam a forte reação escravocrata e o recrudescimento da luta.